“O que significa pra mim ocupar o meu espaço? É um lugar de integridade, mesmo. Eu sou a pessoa que sempre levantou a mão, que sempre falou alto, que sempre tinha discursinho pra fazer, uma palestrinha; que sempre se expunha, se colocava, sabe? Ocupar o meu espaço é honrar quem eu sou. Se eu tenho coisa pra falar, eu vou falar.”
Se você é do universo do Branding / do Marketing / da Comunicação você certamente conhece a “Bia da Bits”. Sem dúvida alguma. Ela é fundadora da Bits to Brands, o lugar onde as pessoas por trás das marcas encontram (tudo o que importa) como inspiração para refletir, evoluir e agir.
Ela é uma dessas mulheres inteligentíssimas que eu tenho a honra e o prazer de chamar de amiga. (E quão foda é você admirar não só quem tá longe, inalcançável, mas também ao lado? Vibro, celebro e exalto. Muito!). Nossa amizade nasceu e cresceu depois de um ano e meio de trabalho juntas, no projeto de rebranding da Bits em 2023, ano que abracei e embarquei nos sonhos dela como se fossem meus, consequência de uma energia muito específica nossa que aparece quando juntas numa sala construindo.
A maioria das pessoas conhece a Beatriz Guarezi, especialista em branding, fundadora da Bits. O brilhantismo que ela carrega está impregnado nas suas criações, na maneira que ela conecta os pontos, faz assuntos virarem discussão ampla, na vastidão do seu repertório, na sua visão de mundo… Tudo isso de maneira entusiasmada e irreverente. Sim. Mas. Existem outras Bias, outros lados, outros assuntos, que eu sempre achei que “o mundo precisava conhecer”. Privilégio meu acessar a cada café, almoço, ou vinho que partilhamos juntas. Privilégio de vocês, agora, de poder ouvir uma dessas nossas conversas (que gravei numa manhã, na sala da sua casa). Falamos sobre identidade, Bits, caminhos profissionais, inteligência artificial, dilemas e desafios de sair da sua cidade natal para uma cidade como São Paulo (e como ela se mantém conectada às suas origens), sonhos, inseguranças ainda existentes (a menina no canto da sala com o pão de queijo na mão, risos) e pontos a desenvolver… e um tanto de abas que fomos abrindo (e não necessariamente fechamos com respostas).
Te convido a rolar a página e explorar o material em texto e fotografia abaixo. Caso prefira ir direto ao ponto e ouvir a nossa conversa em áudio, sem edições, você pode clicar neste link e dar o play. O texto abaixo não representa a transcrição integral da conversa, mas uma parte dela, com edições pontuais para melhor compreensão do contexto. Vai ser um prazer dividir essa mesa com você. Bora lá?
Bia Brito: Amiga, vamos lá. Estou aqui com a Beatriz Guarezi, ma-ra-vi-lho-sa.
Beatriz Guarezi: Para de fingir costume. Tu tá na minha casa, eu tô de meia. Haha
Bia Brito: Tenho tentado olhar pra esse projeto do Lugar de Si, nessa troca com mulheres, pra gente discutir, conversar junto pouco sobre o que é essa história de ocupar o nosso espaço, né? O que isso representa, o que isso significa. Eu fiquei pensando…
“Cara, eu quero ouvir a Bia e conversar um pouco com ela sobre isso, porque eu acho que tu tem uma relação específica com São Paulo; tu veio de Floripa e tu tá sempre aqui e tu vai e vem. Como que você estabelece essa relação com a cidade também na constituição de quem tu é? Esse ano tu entrado e reformado aqui dentro, “o que é casa pra mim numa cidade que talvez seja tão hostil diante disso, né?Quais são os lugares de mim que eu vou tentando espelhar aqui pra eu me sentir bem comigo mesma?” Acho que tem muitas camadas aí pra gente olhar. Mas, pra gente começar pouquinho mais leve… (risos)
Beatriz Guarezi: (hahahaha) Menos filosófico. Menos filosófico.
Bia Brito:eu acho que Bia Guarezi e Bits to Brands hoje estão muito enroscados, né? E eu achei maravilhoso que tu abriu a caixinha essa semana pra começar a falar de si mesmo de um lugar mais primeira pessoa. E fiquei me perguntando, dentro de universo que tá tão ligado de marca, Bits to Brands e marca pessoal, Beatriz Guarezi, o que as diferencia? Se a gente retira a Bits, o que sobra? O que é Bia que não é Bits?
Beatriz Guarezi: Não, eu tô desenroscando, cara. Eu acho que pela primeira vez, real, oficial, e a gente até falou sobre isso (porque tu tava comigo lá em 2023), quando eu olhei pra essa marca e eu falei, “ela precisa ser, ela precisa ter uma vida, uma personalidade própria.” De lá pra cá, quase dois anos, né? Daquele dia que eu coloquei essa marca na rua. De lá pra cá, foi muito louco ver realmente o quanto as pessoas passaram a pertencer mais, a desejar mais, a se enxergar mais (no universo Bits to Brands).
Mas ainda tinha muito essa coisa de sou eu. E na internet eu acho que é muito fácil misturar as coisas, porque a pessoa tá recebendo conteúdo teu, ela tá recebendo vários, e você não tem uma repetição mesmo, uma constância, a pessoa não entende mesmo o que tá acontecendo.
E é difícil também, porque de ponto de vista de estratégia, eu sei que eu sou grande asset da Bits, eu sou grande diferencial da Bits, né? Só que… Eu acho que hoje eu tô muito mais pronta pra essa separação.
Bia Brito: Tu entende que desde a criação, até hoje, foi havendo um descolamento?
Beatriz Guarezi: Sim! Um descolamento… mas é uma expansão mesmo.
Bia Brito: É assim: antes era Bia-Bits praticamente grudados. Hoje, a Bits é uma extensão da Bia. Mas nem tudo que é Bia é Bits… e hoje existe o que é Bits que não necessariamente é Bia?
Beatriz Guarezi: Eu tô fazendo esse exercício de olhar pra Bits de fora. Tipo, poder olhar pra alguém e dizer, não, vem lá na Bits, sabe? Porque eu cheguei nesse momento, tá? Eu preciso tomar uma decisão. Porque fazer os dois ao mesmo tempo tá fazendo mal até pra minha cabeça. Ou isso aqui sou eu, e isso aqui é a minha persona digital, sei lá, como tem gente que tem, né? A gente estuda muitas referências. Ou isso aqui sou eu mesmo, e aí o meu perfil pessoal, a Beatriz (eu tô usando a lógica do Instagram, mas a gente sabe que essa conversa vai além, né? É, foi até pra terapia). A Beatriz, eu fecho e ela vira tipo realmente um close friends, amigo, família, daily, íntima e privada. E tudo que eu penso, acho, trabalho, gosto, tudo que pode minimamente virar conteúdo (e a gente sabe que na internet isso não tem limites) é a Bits. Isso era uma opção.
Mas, nos últimos tempos, eu vivi várias coisas assim, tipo, eu tenho trabalhado com uma pessoa, eu finalmente, né, consegui criar processo que nem tá 100% ainda, mas tá acontecendo.
Eu vivi a experiência de ter conteúdos na Bits que as pessoas adoraram e não fui eu que fiz. Não fui eu. É lógico, esse é um processo que eu faço a curadoria, eu pesco os temas, mas eu tenho alguém pra trocar e eu tenho alguém pra executar. E aquilo que a pessoa faz e executa vai pra lá e as pessoas adoram. E já aconteceu mais de uma vez. E eu achei que ia me doer, mas não. Sabe aquele assim, tu vive e não dói?
Aí tu pensa, “opa, nem doeu”. E isso aqui deve ser dado trabalhão e não fui eu. E aí o que começa a acontecer As pessoas vão na Bits interagir comigo. E eu entendo, é natural que isso aconteça. Mas eu comecei a me sentir mal de, tipo, a pessoa chegar num post lá e dizer, “Bia, você é brilhante.” Pô, mas não foi eu que escrevi. Então, pera lá. A Bits pode ser lugar onde você encontra brilhantismo. Mas não precisa ser o meu brilhantismo, necessariamente.
(…)
Daí eu fui vivendo esses dois momentos em paralelo até que eu cheguei num momento que veio em forma de, óbvio, sempre de crise. Crise criativa, crise existencial, quem sou eu? O que eu vendo? O que as pessoas entendem? Se nem eu entendo, como é que eu espero que elas entendam, etc. E agora eu acho que eu tô conseguindo viver esse momento desenrolar, assim. Cara, existe a Beatriz. A Beatriz é criadora disso aqui.
Bia Brito: Tu sente que isso é um processo também de desvincular o teu senso de valor, estima e identidade à performance profissional? Porque “se eu sou Bits, meu valor tá associado a isso”, identitário, e se de repente eu me descolo, “eu não sou só isso, eu sou outras coisas também.” Tu passou por isso de “a minha identidade está associada ao meu trabalho e à minha entrega?”
Beatriz Guarezi: Eu acho que sim. Eu até falei sobre isso na terapia esses dias, eu nunca tinha elaborado dessa forma. Eu falei, “será que a Bits era uma máscara?” Será que eu precisava que fosse uma coisa de, “não, você não precisa me conhecer ou gostar de mim, ou respeitar o meu trabalho, mas olha que legal esse conteúdo”?
E aí eu tenho aprendido que eu posso continuar fazendo coisas legais, não tem problema… porque eu tenho vivido isso também, mais um fator, que é a coisa do fã, que é muito bonita e muito especial e eu acho que eu “me assumir eu” é também um processo…
Bia Brito: Se permitir ser celebrada né?
Beatriz Guarezi: É! É também um processo de validar aquilo que os outros estão me trazendo. Sabe? Da pessoa olhar e dizer: “eu vi uma palestra sua no RD, eu adoro o que você escreve, eu admiro muito o seu trabalho, eu não sei o quê…”
E aí, se ela começou por Bits ou começou por Beatriz, é uma confusão pra eu resolver. Mas eu ficar dizendo, “não, imagina, eu não sou nada, não sou ninguém, nem precisa me seguir”, eu tô invalidando uma coisa que a pessoa sente por um motivo! Então, é engraçado isso, assim. É que a gente fala muito, né? O que é dentro e o que é fora. Eu tô vivendo o meu olhar sobre mim e o olhar do outro. Acho que eu tô vivendo tudo ao mesmo tempo.
Bia Brito: É que é difícil a gente enxergar e validar o olhar de outro sobre a gente se a gente não percebe aquilo por nós, né, também? Aí você vai dizer “naahhh, que isso?”
Beatriz Guarezi: “Imagiiiina, fiz só um negocinho aqui, não é nada”. Cara, não, é uma parada que, assim, hoje, sei lá, alcança milhão de pessoas organicamente, tem seguidor daqui, seguidor dali, as pessoas esperam pra ver o que eu vou falar. Às vezes é uma coisa que eu cato, literal, eu cato na minha curadoria, ninguém estava falando sobre. De repente, três, quatro, cinco lugares estão falando sobre. E é o trabalho de alguém, sabe? Então, de novo, eu não abraçar e fortalecer a minha voz e a minha inteligência, é eu não validar isso, sabe? E não quero mais fazer isso.
Bia Brito: Mas eu acho bonito que, na tua estrada, o que te levou pra esse lugar foi olhar pro outro, né? Não começou por ti, foi como, “cara, as pessoas tão me dizendo coisas, por que eu não tô ouvindo?”
Beatriz Guarezi: Por que eu tô olhando pra elas e dizendo que elas tão erradas? Sabe?
Voltando pra tua pergunta, eu não quero sumir da Bits. Não é isso. Não é isso. Eu quero ser capaz de criar uma marca, uma plataforma, de novo, lugar, e eu amo e eu não quero abrir mão disso, que é o lugar onde as pessoas por trás das marcas encontram inspiração. É isso? Exato. Mas eu quero ser mais intencional, aqui é onde vai ser lugar que você vai ter a minha opinião. Em vídeo ou em texto assinado, por exemplo.
(…)
Bia Brito: (voltando pro dilema inicial…) Quem não te conhece como pessoa física, o que tu acha que é Bia, e quem não te conhece como Bia e só como Bits, o que tu falaria pra elas, se tu fosse falar de ti?
Beatriz Guarezi: Meu vasto repertório de comédias românticas. Tô brincando. A minha coleção de chás. Tô brincando. (Risos). Não, eu acho que tem um lado…
Eu sempre deixei transparecer um pouco a minha pessoa na Bits. É inevitável, assim. Os temas que eu escolho e tal, então a pessoa sabe minimamente o meu gosto sobre cultura pop, os meus hábitos, a minha relação com o meu trabalho, talvez. Eu acho que tudo isso transparece muito na Bits.
O que eu acho que as pessoas às vezes não saibam, porque eu não fico dando evidência pra isso, eu acho que elas não sabem… Dessas contradições, talvez?
Bia Brito: Que tu também carrega conflitos?
Beatriz Guarezi: Exato! E às vezes elas não sabem onde eu moro. Começa por aí. Porque eu tô sempre em vários lugares. Tipo, eu ser de Florianópolis, mas morar aqui. (Eu moro em São Paulo. Mandem jobs!). As pessoas não sabem onde eu moro, elas não sabem que eu tenho essa relação, né?
Bia Brito: Tu falou de Floripa. Eu queria explorar um pouquinho isso. O que é que tu acha que te caracterizou você sendo uma manézinha que nasceu na ilha? Tu nasceu em Florianópolis, né? Tu já tá em São Paulo há quanto tempo?
Beatriz Guarezi: Florianópolis, sim. Há 9 anos em São Paulo.
Bia Brito: O que é que tu acha que ter nascido em Florianópolis te constituiu e te trouxe como característica e pessoa? E então a mudança pra São Paulo… os custos disso? Porque eu acho que esse também é lado que as pessoas não veem. As pessoas nem sabem que tu mora aqui porque tu viaja muito e de longe parece muito bonito, mas existem custos muito altos. Eu sei que tu tem um relação de conflito também.
Beatriz Guarezi: Vou te mostrar um negócio. Eu vou te mostrar um negócio que fala pouco sobre isso. Isso aqui não fui eu, tá? Minha mãe veio aqui em casa dia e ela falou, “Bia, deixa eu organizar os teus crachás”. A gente até tirou uma foto. Eu nunca postei essa foto. Eu acho que ela até é bem significativa. Olhando todos eles, assim… Sei lá quantos tem. Acho que já deve ter mais de 50. Tinha uma coisa de, cara, cada um desses crachás é, ou uma viagem ou… (vou emocionar), uma viagem mais longe ou mais perto, mais curta ou mais longa, é um lugar que eu me expus, que eu não fazia a menor ideia do que ia acontecer.
Mas cada um desses crachás às vezes é um dia que eu não tô com a minha família, que eu não tô com o meu marido, que eu não tô fazendo às vezes aquilo que eu gostaria de fazer. E as pessoas te veem num palco… essa coisa do que talvez elas não saibam, né?
Mas, não é acordar um dia e estar num palco. É muita coisa, sabe? É muita coisa, é muito ir e vir. Cada um desses crachás, de novo, é uma escolha que eu fiz de estar lá. E porque eu estava lá, eu não estava em vários outros lugares que eu poderia estar. E isso é desde o meu descanso, do meu autocuidado até… Minhas relações, etc. Então, não quero ficar aqui fazendo a trabalhadora sacrificada, porque eu sei que tem muitas outras histórias muito mais difíceis do que a minha, mas isso aqui pra mim fala sobre consistência e fala sobre porque eu tô em São Paulo também. Porque quando a gente fala de ocupar espaços, eu acho que as portas, elas vão se abrindo pra gente, sem dúvida.
Bia Brito: Aqui, nessas primeiras, tu já tinha alguns sonhos, tu já conhecia todos os sonhos que tu carregava no peito? Ou eles foram também sendo construídos à medida que tu avançava?
Beatriz Guarezi: Não, certamente foram construídos. Tipo… Certamente. Tem coisa aqui que eu nem imaginava. (…) Quando você tá em Florianópolis, pelo menos no início dos anos 2010, que é quando eu tava me formando enquanto profissional, existem coisas que tu quer fazer, lugares que tu sonha em estar, que às vezes podem estar à tua disposição ali. Tipo, olha aquela porta, olha aquela janela, aí eu vou bater naquela porta ali, eu vou perguntar se eu posso entrar ali, vou fazer de tudo pra entrar ali, eu vou conhecer… Sim, existe, mas existe até certo limite, eu sinto que é como se fosse… É, é isso, é como se fosse corredor ou uma sala com certo número de portas.
São Paulo, inevitavelmente, é esse lugar em que tem muito mais portas possíveis. Exatamente. Mas assim, eu valorizo muito na minha história ter vindo de lugar menor, ter vindo de lugar onde as pessoas se conhecem, ter vindo de lugar com mais… Eu acho que com mais simplicidade. Aqui tem mais portas possíveis. Eu só vivo o que vivo porque tô aqui. Mas nunca troquei de número, continuo 048, não quero perder meu sotaque. Eu gosto de ser bicho estranho em São Paulo.
Bia Brito: Eu acho que aqui tem o ponto que a gente conversou no SXSW do ano passado (2024), que é menos, às vezes, sobre os temas e é mais sobre a ambiência, né? As pessoas que você vai acessar e se relacionar, as ideias, oportunidades que vão surgir na mesa só porque você tá ali. Isso depende do lugar, e não é sobre inteligência ou capacidade, mas sobre as pessoas.
Beatriz Guarezi: Exatamente. E aí é onde eu encontrava o propósito. Eu pensava várias vezes isso. Eu só estou vivendo o que eu estou vivendo porque eu estou aqui. E isso me acompanhou, assim, exatamente. Aí, lógico, acho que a pandemia virou essa lógica do lugar físico e do trabalho de cabeça pra baixo pra monte de gente. Cara, de repente, a gente percebeu que não precisava estar ali pra fazer aquilo que a gente fazia ou pra viver aquilo que a gente vive. Então, esse foi o primeiro momento de questionamento, assim, né? Geograficamente falando. Mas mesmo hoje, olhando essa caixa de crachá, eu tive esse momento também de… São Paulo me permite estar com muito mais facilidade, eu moro muito perto de Congonhas, né? Eu brinco que eu tô a 10 minutos de qualquer lugar do Brasil, praticamente. Porque dali eu pego o avião e eu vou.
Então eu acho que… Não sei, eu nunca pensei nesse jeito, mas talvez São Paulo, ele nunca vai ser pra mim esse lugar… Seguro, mas ele é uma coisa meio que…não é uma almofadinha, mas é trampolim. Sabe?
Bia Brito: É um meio para várias coisas.
Beatriz Guarezi: Eu vou daqui pra lá, eu vou daqui pra cá, eu vou daqui pra cá, e esses saltos que eu vou dando, esses lugares que eu vou alcançando, eu preciso reconhecer a importância que a minha localização tem nisso. Mas, é muito bom pra mim, de novo, ter feito relações de amizade, de visão de mundo, de convivência num lugar menor, perto do mar.
Bia Brito: O mar é casa pra ti, né?
Beatriz Guarezi: Muito, muito. O mar é almofada.
Bia Brito: Eu acho que todo mundo que nasce na praia tem isso com o mar. Eu tenho também.
Beatriz Guarezi: Meu Deus, eu tenho essa pira com o cheiro. Eu tava no Rio de Janeiro semana passada e eu abri a porta do táxi, a primeira coisa que eu faço assim. Aí eu tava com uma colega que mora no interior, aí eu olhei pra ela e falei, esse cheiro… Ela me olhou e parecia uma drogada. Esse cheiro de sal, sabe? Porque acaba caracterizando casa, né?
Bia Brito: E aqui em São Paulo, onde que tu encontrou isso? Nas pessoas? Nas relações?
Beatriz Guarezi: Eu acho que sim. E eu acho que tu deve ter isso também, assim, eu sempre gostei muito de dirigir. É uma forma de meditação ativa pra mim, eu já percebi. Porque tu necessariamente não tá olhando pra tela nenhuma, eu tenho ótimas ideias quando eu dirijo. É bem louco. A Bits surgiu numa volta da praia de carro, eu nunca me esqueço. Sinto muita falta disso. Cara, eu acho que pensando assim, realmente, em São Paulo, onde que eu… Onde eu me sinto mais em casa, eu penso mais, vai ser ridículo isso, mas eu penso mais em pratos de comida e em pessoas do que eu penso em lugares.
Bia Brito: Tu acha que tu carrega alguma herança, seja da família, seja da cidade, seja da cultura, de lá (Floripa), dos lugares que tu morou (Boston que tu é apaixonada), que tu carrega em ti na maneira que tu ocupa os espaços?
Beatriz Guarezi: Eu acho que tem pouquinho do sotaque. Mas, nossa, eu me recuso a chegar nos lugares e as pessoas me acharem paulistana. Desculpa quem tá ouvindo assim, eu sempre falo isso, “nada contra, tem vários amigos que são, só não quero ser, entendeu?” Eu gosto de ser, Bia, sério, eu gosto de ser bicho estranho em São Paulo. É aquilo que eu te falo: eu estou aqui, eu não quero pertencer aqui. E isso é uma luta às vezes mesmo, assim, interna até…
Bia Brito: Isso que tu falou é forte, tá? Tu falou assim, eu estou aqui, eu não quero pertencer, é quase como se tu tivesse protegido a tua identidade.
Beatriz Guarezi: Onde eu pertenço, é tipo assim, onde eu pertenço é lá, entendeu? É como se eu imaginasse isso.
Eu tenho descoberto, agora na vida autônoma e tal, né? A gente fala muito sobre isso. Eu tenho descoberto que, sim, existem outras vidas. Então, aquela Beatriz, de 20 e poucos, que achava que tinha que estar em São Paulo, que é lá que as coisas acontecem. Opa, pera lá! Eu tenho conhecido tanta gente tão legal, que faz coisas incríveis acontecerem em vários lugares do Brasil, maiores, menores, perto, longe. Então, pensar, opa, não é a única vida possível. Eu não tenho mais essa impressão, mas… Eu não tenho também dúvidas de que a vida que eu vivo só é possível porque eu tô aqui.
Bia Brito: O mundo mudou muito desde que tu começou a Bits, desde que tu… Saiu, fez a transição de carreira e virou Bits full time.
Hoje, quando a gente considera inteligência artificial, o senso de comunidade… quando tu criou a Bits aquilo tinha um contexto e um significado. Hoje tem outro completamente diferente. A epidemia de solidão, a IA, eu vejo também o quanto as cidades grandes e o excesso de produtividade acabam ampliando isso. Eu te vejo defendendo… não é nem inimiga da IA, mas é defensora do que é humano, certo? Se a gente for olhar de forma contrária, você é uma ferrenha defensora do que é a conexão humana, do que sempre esteve aqui, do que diante do que muda no mundo, permanece. Como que tu vê isso na Bits? Isso influencia a maneira como tu pensa nessa comunidade, nesse outro? Eu tô ali no grupo e eu vejo que as pessoas são muito engajadas, elas tão muito ali umas pras outras, mas tu sente muita diferença?
Beatriz Guarezi: Então, vêm duas palavras na cabeça, que eu acho que elas traduzem bem, assim, por que eu faço tudo isso que eu faço, etc. A primeira é autenticidade. Eu acho que em tudo que eu fiz até hoje, eu me coloquei. É impossível você olhar qualquer coisa do universo (Bits), enfim, do meu trabalho, especialmente agora da minha marca, e você não me achar ali. Por isso que eu te falo assim, “cara, às vezes a pessoa que lê a Bits com o mínimo de atenção, ela me conhece.” Me conhece, sabe, assim, acompanhou as fases da minha vida, etc. Então, aí pra mim vem a segunda palavra, que é o entusiasmo. Eu sempre, genuinamente, gostei muito e achei essas coisas todas muito legais.
Inclusive, eu tenho muita sorte, espero continuar assim, de que todas as vezes que eu fui paga para falar de algo, eu também estava achando aquilo legal. Eu não consigo ler nada mais na internet.
E eu acho que o que me irrita, me incomoda hoje em dia, é esse entusiasmo artificialmente fabricado. Eu nunca falei isso em voz alta, mas talvez seja isso, tá? É o chatGPT expressar roboticamente, literalmente, entusiasmo e interesse… E emoção. E emoção por alguma coisa. Cara, aquela pessoa não tá achando aquilo, ela não tá genuinamente entusiasmada pra que isso me irrita. Não tem uma unidade de insight ali, porque aquela pessoa é incapaz de conectar aquilo com o que ela acha, com o repertório dela, com o que ela tem a dizer. (…)
Então a autenticidade e o entusiasmo sempre representaram a Bits e eu acho que eles sempre foram uma maneira de contagiar as pessoas naquilo que elas fazem. Quanta gente já não sai de palestra minha e vem me dizer, cara, eu me sinto mais inspirada pra fazer o meu trabalho. Eu tive uma ideia, eu coloquei isso na prática.
Bia Brito: Tudo que tu me trouxe, a gente tá falando do impacto da Bits no outro, na comunidade. Eu tô de acordo contigo, eu acho que a Bits, ela tem esse… É quase uma função mesmo, esse lugar do propósito, né? Ela causa isso, ela gera esse espaço lá nessas conversas e passa pelo humano, defende. As pessoas por trás da marca se sentem representadas porque é outra pessoa que tá ali também criando aquilo. Lá atrás tu não tinha absoluta clareza disso, né?
Beatriz Guarezi: Não, eu só queria um emprego. Você só queria emprego. No caso, eu só queria que alguém me contratasse.
Bia Brito: Tu criou o espaço que tu gostaria que existisse. Hoje, ele com o tamanho que tem, o crescimento que tá tendo, de que maneira isso mudou algo na maneira que te alimenta? E qual é a função pra Bia, como fundadora?
Beatriz Guarezi: É uma boa pergunta. Olha que engraçado. Quando a Bits começou, eu tinha crises e crises. De… Eu não consigo achar o propósito, o posicionamento disso aqui, porque era sobre mim. E eu lembro de uma época que as pessoas estavam começando a criar conteúdo na internet, e era muito assim, isso aqui é para você que tem esse problema, isso aqui é para você que busca isso aqui é para você… E eu não tinha essa parada com a Bits, isso aqui é pra mim! “Porque eu quero ser contratada, porque eu quero ser vista como inteligente, porque eu quero…: E aí, né, passamos por esse momento. E olha que louco, né, como a vida vai, que agora eu tô parando e olhando, caraca, eu só consigo falar da Bits de forma altruísta.
Vamos ser bem sinceras. A Bits hoje, e esse trabalho, quando ela vira negócio, e quando ela vira a minha vida, meu trabalho full time, ela é o veículo pra realização dos meus sonhos e objetivos.
Bia Brito: Apesar disso, tu ainda sente que no lugar de realização pessoal, “eu construí a empresa que eu quero ser dona / é um lugar de expressão pela maneira que eu me movimento”?
Beatriz Guarezi: Sim, é tudo isso. Ela é o meu veículo de realização de sonhos e objetivos. Então, a minha independência financeira, os sonhos materiais que eu tenho a realizar. Não existe outra maneira hoje na minha vida que eu ganhe dinheiro. Então, quanto mais… Pessoas eu tenho ali, quanto mais capacidade eu tenho de entregar valor pra marcas, quanto melhor eu sou como comunicadora, tudo isso volta depois no conforto que eu tenho e na vida a longo prazo que eu tô construindo. Mas aí é que a coisa começa a ficar, em 2025, conflituosa. Porque eu não quero fazer nada disso se não tiver autenticidade e entusiasmo.
Beatriz Guarezi: E aí isso me cansa porque eu vejo essa quantidade de gente que não tem autenticidade nenhuma, crescendo muito mais rápido ou muito mais… Eu vejo essa quantidade de gente que não tem entusiasmo nenhum, querendo ganhar dinheiro às custas dos outros. E eu tenho que repetir muitas vezes pra mim mesma, sabe?
“Não olha pro lado, faz as coisas do teu jeito.” É muito carrossel, é muito vídeo,… E aí eu fico, será que eu tenho que fazer mais carrossel? Será que eu tenho que fazer mais vídeo? Será que… Sabe? Mas sim, continua sendo sobre o jeito que eu acredito em fazer as coisas.
Eu acho que a Bits é também sempre convite pra eu estar me atualizando. Eu gosto disso, eu inclusive me cobro, eu queria estar lendo mais, eu queria ter mais profundidade intelectual, eu queria ter mais profundidade de análise, só que eu não consigo porque eu tô sendo CEO. Então eu também tô tentando achar um lugar na minha vida agora que eu consiga ler mais e aprofundar mais e entregar mais profundidade para as pessoas, porque eu tô percebendo que É assim que eu quero ser vista.
Eu não quero fazer a superficialidade melhor que o chatGPT, entendeu? Eu quero fazer a profundidade do jeito que só eu consigo. E se eu puder continuar ganhando a vida com isso, é o que eu quero que aconteça.
Bia Brito: O que ainda te desafia quando tu precisa se afirmar, assim, ou tem algo que ainda te intimida nesse espaço de ocupar palcos?
Beatriz Guarezi: A pessoa que me vê num palco e depois ela me vê num evento de networking, entrando numa sala sozinha, ela acha que são duas pessoas diferentes, tá? Juro, eu tenho muita dificuldade com essa coisa do não conhecer ninguém. Eu sou uma pessoa… É louco falar isso, mas eu tenho esses meus momentos de timidez beirando o desconforto, assim. Não gosto de chegar sozinha, não gosto de estar sozinha. Tem que me apresentar pro outro, tem que explicar o que eu faço. Pra mim, assim, tu quer me ver solta é eu chegar em algum lugar e alguém olhar pra mim e dizer, você é a Bia da Bits. Pronto, pronto, ufa! Sabe, soltei e a gente vai trocar a maior ideia.
Bia Brito: O acha que tu é o maior desconforto nessa de “ninguém me conhece”?
Beatriz Guarezi: Nossa, Bia, não sei, mas eu acho que é… É, sei lá, será que eu tô passando vergonha? Será que eu vou falar a coisa adequada? O que essa pessoa vai pensar de mim? Acho que o que ainda me falta é essa autoconfiança do… Não é inferioridade o que eu sinto. Talvez eu ainda tenha resquícios da Beatriz do Crachá. Da Beatriz que precisava do crachá, daquele lugar específico para ser alguém nos ambientes. E por mais que eu tenha construído o meu próprio crachá, lindamente, mas também sem intenção nenhuma e tal, várias vezes eu me pego pensando…
Bia Brito: Esses ambientes específicos que você tá mencionando, nem tem como você desvincular do crachá, porque é sobre o crachá.
Beatriz Guarezi: Exatamente.
Bia Brito: É sobre trocas de crachá, praticamente.
Beatriz Guarezi: Exatamente. E ali você tem que performar. E é muito difícil pra mim. O lugar onde eu encontro refúgio nesses ambientes é se eu acho algum tipo de ligação ou conexão em que, de repente, eu tô sendo eu mesma. Só que quando eu tô sendo eu mesma, eu provavelmente não estou falando de trabalho. A gente tá falando de uma coisa X. Mas aquela pessoa sai de lá e pensa, nossa, que garota legal. E eu penso, nossa, que pessoa legal. E uma hora dessa a gente conversa sobre outras coisas. Ou me contrata se quiser, sabe? Mas aquela coisa de, eu tô nesse ambiente aqui, tem 10 potenciais contratantes aqui. Como é que eu mostro, faço, aconteço, apareço? Me apresento? Chego numa roda? Eu travo. Eu sou a pessoa no cantinho da sala, com pão de queijo na mão, olhando em volta, assim. Juro! Juro!
Bia Brito: Muito bom. Ai, cara, mas eu me identifico com isso, tá?
Beatriz Guarezi: E no fim, são só pessoas, né? E eu sei que eu tô te falando essas coisas e eu sei que elas, na prática, não fazem sentido.
Bia Brito: Sim, mas é legal, porque provavelmente metade das pessoas que vão acessar isso aqui sentem igual e vão sentir (alívio), “nossa, até a Bia sente assim, né?”
Beatriz Guarezi: Não, eu tive recentemente num evento que era bem esses eventos de mercado. Então todo mundo que estava ali era alguém na fila do pão do marketing das marcas no Brasil. Cara, eu fui incapaz de, tipo, conhecer ou conversar. Eu vi uma outra pessoa conhecida. E você chega, cumprimenta, conhece a pessoa que tá do lado, etc. Mas assim, apenas. Aí eu peguei o microfone e eu tenho certeza absoluta, segurei aquela sala. Uma época, aquela sala me intimidaria com o microfone na mão. Hoje em dia, não mais. Cara, não me sinto intimidada. Eu sou a dona desse espaço. Mas eu não fui até ninguém. E aquela pessoa que tava lá adorando aquilo que eu estava falando, eu não soube e não sei, e acho que é quanto meu lugar de dificuldade é esse. Eu já tô na sala, Bia.
Bia Brito: “Eu já entro nas salas, como fazer isso daqui, usar mais isso a meu favor?”
Beatriz Guarezi: Exatamente, eu já tô na sala. Quando eu tô na sala, ninguém questiona a minha capacidade técnica, intelectual, de performance, de estar ali. Só que como é que eu transformo aquilo em oportunidades de negócio? Sendo que tem pessoas que estão naquela sala em posições totalmente diferentes da minha e que saem de lá com 10 ideias de negócios diferentes, entendeu? Então, e isso é uma coisa que ainda me pega pouco, que é pouco da timidez, pouco do… Sei lá.
Esse social intencional de negócio é difícil pra mim. Eu até hoje fiz tudo que eu fiz, projetos, parcerias, eventos, etc. É muito nessa conexão: a pessoa conhece a Bits, a pessoa vê o conteúdo… Mas eu sei que eu também preciso ser mais intencional nisso, essa é a minha maior dificuldade hoje.
Bia Brito: Eu tenho mais duas perguntas só.
Beatriz Guarezi: Quantas você quiser.
Bia Brito: Que espaços tu ainda gostaria de ajudar a construir? Tem algo que tu olha e diz, isso aqui tem desejo no meu coração, eu acho que falta esse tipo de espaço, ou de grupo, ou de qualquer coisa. Seja metafórico, seja literal, em termos de lugar, na forma de lugar. Porque a Bits foi o que tu construiu, né? Que era o que tu queria ver no mundo, assim. Tem outros espaços que tu gostaria?
Beatriz Guarezi: Eu quero muito o espaço na prateleira de alguém dia. Eu acho que tem esse sonho que eu ainda quero realizar muito. Eu tenho espaço na sua caixa de entrada, na sua timeline, eu quero espaço na sua prateleira, mas eu tô nesse momento assim, eu quero… É aquilo, né? Eu quero merecer. Então, de novo, autenticidade e entusiasmo. Sobre o que eu quero escrever, o que me move. E eu vou escrever cada palavra, aquele negócio. Não vai ter ghostwriter nessa relação aqui, não.
Bia Brito: Eu falei que era mais uma, mas a última tem duas coisas. Tem duas aqui dentro de uma.
O que significa pra tu ocupar o teu lugar no mundo ou em si mesma, e o que é que tu gostaria que permanecesse de ti nos lugares por onde tu passa?
Beatriz Guarezi: Nossa! O que significa pra mim ocupar o meu espaço?
Eu acho que é muito lugar de integridade, mesmo. É ser essa pessoa que eu sou, sabe? Eu sou a pessoa que sempre levantou a mão, que sempre falou alto, que sempre tinha discursinho pra fazer, e sempre uma palestrinha, que sempre… É isso, assim, se expunha, se colocava, sabe? Porque como é que tu diz… Eu não sei se alguém me ensinou isso quando eu era criança, mas de ser a menina do coral, a oradora da turma, o curso de redação… Então, assim, ocupar o meu espaço, eu acho que é honrar quem eu sou. Se eu tenho uma coisa pra falar, eu vou falar.
É, e a maioria das vergonhas que eu passo na vida é porque eu falo demais. Acontece também. Às vezes, acontece. Mas eu acho que tem essa coisa também, desse ponto que eu cheguei hoje, que é honrar aquilo que as pessoas enxergam em mim, né?
Bia Brito: É, se permitir ser vista e… É isso!
Beatriz Guarezi: (Que permanecesse de mim nos lugares?) Autenticidade e entusiasmo. É tipo, aquela pessoa está ali, você tem 50 pessoas na sala, você tem 5 mil pessoas na sala, aquela pessoa tá ali sendo ela mesma. Ela não tá tentando ser ninguém, ela não tá fingindo ser ninguém, ela tá trazendo misto das referências dela, das coisas da cabeça dela, ela não perguntou pra nenhuma inteligência artificial o que ela devia levar pra lá, entendeu? Ela está ali sendo ela. E eu acho que isso é poderoso.
Bia Brito: As pessoas se permitirem, a partir do teu entusiasmo, do entusiasmo que a Bits transmite, serem mais entusiasmadas com as próprias coisinhas delas também.
E como seria legal se as pessoas tivessem essa postura mais diante da vida e se levar menos a sério, né? As coisas que a gente tá fazendo e construindo. Que aí isso vai permitir que a gente celebre o processo.
Beatriz Guarezi: E aí eu tenho meio que pena, tipo… Pena do estado atual das coisas, que as pessoas tentam emular esse tipo de novo, de adjetivos ou de insights “Isso aqui é genial.” Eu não aguento mais as pessoas usando a palavra genial em vão. Juro por Deus, uma parte de mim morre cada vez que alguém diz isso aqui é Branding.
Por isso que eu falo assim, cara, boa parte do que eu faço na internet hoje é pensar em voz alta. E é lógico, precisa profissionalizar, precisa organizar, precisa processualizar. É uma empresa também. Eu estou encontrando esse meio termo, mas se não for pra me divertir, cara, não quero mais.
Bia Brito: Amei esse papo. Obrigada (!)
Beatriz Guarezi: Imagina, amiga, eu que amei.
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Obrigada por ter chegado aqui. Até a próxima!
Edição, curadoria e fotografia por Bia Brito. Todos os Direitos Reservados.
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