Dizem que a vida é mais sobre a jornada, e como a vivenciamos, do que sobre o destino final; por isso embarquei nessa dança, não sem medo, mas cheia de coragem, disposta a ver onde me levaria.
O desejo de possuir um espaço, de forma literal, onde sentisse caber de forma inteira: para expandir, aprofundar, transformar e permanecer, com todas as minhas expressões e facetas. Em forma de escrita, de fotografia, de música. Páginas em branco para tudo o que vier a criar. Que contasse parte expressiva da minha história, e também o trabalho que desenvolvo e as possibilidades que ofereço. Que fosse vivo e me permitisse mudar e experimentar, acompanhando cada fase da minha trajetória.
Um lugar que nos convocasse a presença, a minha e a sua: respeitando o nosso tempo e autonomia, na contramão da atenção difusa e ansiosa fomentada pelas redes sociais. Um meio de estabelecer relações, reflexões e diálogos de maneira mais profunda e livre.
Do somatório desses anseios nasceu este site. Materializa-se um marco significativo na minha caminhada profissional e me sinto feliz e grata pela oportunidade de dividi-lo com você. Este momento veio sedimentar uma série de mudanças, internas e externas, vividas ao longo dos últimos 6 meses, quando tomei a decisão de construí-lo. Eu não imaginava, ao final de 2022, que desenvolvê-lo me convidaria a revisitar tanto sobre mim. Dizem que a vida é mais sobre a jornada, e como a vivenciamos, do que sobre o destino final, por isso embarquei nessa dança, não sem medo, mas cheia de coragem, disposta a ver onde ela me levaria.
Hoje é o primeiro dia de um novo tempo, e o que parece ser uma linha de chegada é na verdade novo ponto de partida para uma trajetória compartilhada. Aqui você poderá me encontrar, com regularidade, para ler, aprender, se inquietar, e crescer dentro de si mesma. Reunirei os meus projetos, curadorias e andanças pelo mundo de maneira perene. Organizados num único lugar, conteúdos e histórias as quais eu possa desenvolver com o tempo, a intenção e a presença que considero adequados, assim como gostaria que você os consumisse.
Novos tempos carregam novas lições.
“Primeiro eu, depois o mundo” foi como um guia que me trouxe até aqui. O encorajamento que eu precisava para romper com a postura de quem faz escolhas pautadas em atender expectativas externas e familiares, pois naquela aprovação depositava o seu valor. Essa frase me acompanhou nos últimos anos, e foi como um mantra em momentos de dúvida, para que eu tomasse decisões por mim, para mim. Virou filtro no Instagram. Materializou-se em forma de vela. Espalhou-se pelas redes e fez parte do nosso cotidiano. De pequenos momentos, como incentivar a cuidar-se e fazer um treino, a grandes marcos, como uma mudança profissional.
Eu sei da força que ela carrega e como reverberou de maneira positiva na vida de tantos e tantas, como um lembrete para que aprendêssemos a considerar, em menor ou maior grau, nós mesmos. Um lembrete diário sobre como viver em coerência com o nosso desejo, de acordo com aquilo que esperamos e ansiamos da vida, não a partir do que esperam e projetam para nós. Hoje a passo orgulhosamente adiante, para que a mensagem possa seguir o seu curso.
Me sinto pronta para a nova etapa que se descortina, curiosa pelas novas lições, aprendizados e mudanças que se aproximam. Com a tranquilidade de quem sabe a que recorrer, caso precise de um incentivo novamente. Qual visão cultivo hoje?
Os últimos três anos foram de total reinvenção: de uma vida orientada ao concurso público, decidi mudar a rota e empreender, mas esse movimento alcançou novas nuances no último semestre, despertando novas facetas. Reuni pedaços e me vi inteira, e me enxergar dessa maneira me trouxe uma força até então desconhecida. Eu costumava ser muito dura comigo. Na minha história, o reconhecimento dos meus potenciais e talentos vinha primeiramente de terceiros. Era só a partir do olhar do outro que eu me permitia me enxergar com grandeza e valorizar os meus feitos, e não sem um grande esforço.
Pela primeira vez, me reconheci antes de qualquer um. Ainda que de maneira tímida, fui dando um passo atrás do outro, explorando novos sentidos, olhares, talentos. Tudo estava aqui. Sempre esteve. Parei de negar. Comecei a admitir, afirmar e expressar.
Percebi que não preciso de autorização para ocupar os espaços que desejo. Não é sequer sobre não buscar validação, ou atender expectativas, pois o foco já não está no outro, mas em admitir que ninguém tem esse poder, a não ser eu mesma. Não preciso esperar que o outro acredite no que quero ou no que sou capaz de realizar, posso me reconhecer e agir em direção a isso.
Me dei permissão para estar onde gostaria, da maneira que gostaria, e ativamente pavimentar esse caminho. Cultivo a postura ativa de quem não espera convites para oportunidades, mas as identifica, as busca, as constrói. Eu sou uma mulher que gosta de criar e dar forma concreta a desejos e ideias. E imprimir emoção em tudo nesse percurso. Gosto de me envolver com projetos cheios de vida e significado, que traduzem os valores e as verdades de quem os realiza.
Reconhecer-se passa por admitir nossas capacidades e potencialidades, nomeando habilidades sem constrangimento, mas também limitações. Como liberta! A partir daqui posso me desenvolver e melhorar, traçando alternativas possíveis. Desde então, é o que estou fazendo.
Escrever essa história e colocar a minha voz não apenas em palavras, mas traduzir e contá-la de forma viva, dinâmica e emocionante foi o que me propus. Um processo deliciosamente desafiador, que falasse sobre mim, mas não apenas sobre mim. É este ângulo que eu vou dividir na próxima página, semana que vem. Stay tuned.